DISTÚRBIOS ALIMENTARES EM BUSCA DA BELEZA

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA

Carlos Renato Coelho
Deniel Ferreira Costa da Silva
Guilherme R. Medeiros
Jone Uylman
Lucas Adriano Coelho
Lucas Lindoro Perrotta
Samiler Rezende
Weverson Cristian





DISTÚRBIOS ALIMENTARES NA BUSCA PELA BELEZA







JUIZ DE FORA
2013
Carlos Renato Coelho
Deniel Ferreira Costa da Silva
Guilherme R. Medeiros
Jone Uylman
Lucas Adriano Coelho
Lucas Lindoro Perrotta
Samiler Rezende
Weverson Cristian

DISTÚRBIOS ALIMENTARES NA BUSCA PELA BELEZA



Trabalho apresentado às disciplinas Fundamentos Antropológico, Fundamentos Filosófico da Corporeidade e História da Educação Física do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira.



UNIVERSO: COMO PARTE DE VT
ORIENTAÇÃO PROFESSORES: HENRIQUE, LUCIANA E MARISTELA.




JUIZ DE FORA
2013

1. INTRODUÇÃO
Os principais elementos geralmente associados ao surgimento e manutenção dos transtornos alimentares mais comuns, anorexia nervosa e a bulimia, são: a escassez, abundância alimentar; a difusão de um ideal de beleza e de um corpo saudável; a construção da identidade social; hábitos alimentares culturalmente construídos e a associação de sobrepeso com doença. À abordagem multiprofissional possibilitará intervenções mais realistas e com maior probabilidade de sucesso.
Desde que nasce o bebê se defronta com as regras definidas pela cultura, inclusive com aquelas construídas entorno da alimentação e de seus rituais. A variabilidade alimentar identificada nos diferentes grupos sociais humanos indica que o ato alimentar implica necessariamente em valorização simbólica. Neste contexto o alimento ganha a dimensão de fetiche, de objeto e consumo em torno e através dele, circula grande soma de investimento e se produz riqueza. O ato de comer não se destina simplesmente a suprir as necessidades físicas, mas torna-se cada vez mais requintado, objeto de desejo veículo de modismos, em consequência pode induzir os indivíduos a um consumo muito superior ao necessário, frenético e impulsivo. Se por um lado constatamos o estímulo para consumir mais, por outro temos que concordar que os valores relativos à beleza física mais difundida nas sociedades ocidentais encontram-se vinculados à estética do corpo magro, que também se relaciona às necessidades de consumo. O ideal a ser atingido é o de mulher magra o suficiente para servir de cabide às roupas dos grandes estilistas. Diante deste paradoxo, estímulos ao consumo de alimentos e necessidade de dieta rígida para manter um corpo esbelto, vemos surgir muitas alterações de ordem alimentar, e entre elas podemos destacar: a anorexia nervosa e bulimia.

1.    ANOREXIA E BULIMIA
A anorexia (cujas raízes gregas e latinas significam “falta de apetite de origem nervosa”) geralmente aparece no começo ou no meio da adolescência se em 90% das notificações acomete mulheres. Uma moça ou mulher jovem para de comer e às vezes começa a fazer exercícios físicos de forma compulsiva. Seu peso diminui e sua saúde se deteriora rapidamente, mas ela insiste em negar que seu comportamento apresente riscos para a saúde. Ela pode afirmar que se vê ou que se sente gorda, embora todo mundo perceba que está magra.
A bulimia – “apetite insanável de origem nervosa” é definida por dois ou mais episódios de binge eating (crises de voracidade) em que a pessoa consome rapidamente grandes quantidades de comida, acima de 5.000 calorias, a semana toda, por um período de três meses. Essas crises são às vezes seguidas de vômitos (intencionais e mecanicamente provocados) ou purgação (o uso de laxantes ou diuréticos) e podem alternar com períodos em que a pessoa pratica exercícios compulsivamente e se abstém de comer. Os sintomas podem se desenvolver entre o início de adolescência até os 40 anos, mas normalmente são mais graves durante a adolescência.

1.1 OS PRINCIPAIS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ADOTADOS
Anorexia nervosa:
a) recusa em manter o peso mínimo para a idade e altura;
b) medo intenso de ganhar peso ou tornar-se gorda, mesmo estando abaixo do peso;
c) negação da sociedade do baixo peso atual;
d) nas mulheres pós-menarca, a menorréia.
Bulimia nervosa:
a) episódios recorrentes de comer compulsivo;
b) comportamentos compensatórios recorrentes; autoindução de vômito, abuso de laxantes, diuréticos, jejum ou exercício excessivo;
c) os itens (a) e (b);
d) o distúrbio não deve ocorrer exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa.
Obs.: Na bulimia o rosto permanece arredondado e inchado, a pele seca e com cortes nas articulações das mãos devido aos traumas repetidos contra os dentes para vomitar, esses dentes tomam um formato de meia lua pela ação erosiva do vômito e o humor é extremamente instável.

2.    ASPECTOS BIOLÓGICOS
As vias nervosas que descendem do hipotálamo, na base do cérebro, controlam o nível de hormônios sexuais, tireoide, e a secreção do hormônio adrenal, cortisol, os quais exercem influência sobre o apetite, sobre o peso corporal, sobre o estado de ânimo e também sobre as respostas ao stress. Os neurotransmissores serotonina e norepinefrina são encontrados nessas vias hipotalâmicas.
A serotonina tem importância como modulador dos padrões de consumo “normal” de alimentos.
Em nível neurológico pessoal e neurológico, as condutas de alimentação estão normalmente reguladas por mecanismos automáticos no sistema nervoso central (SNC). A sensação de fome tem origem dupla; tanto em estímulos metabólicos, quanto em receptores periféricos situados na boca e no tubo digestivo. Induz-se a sensação de apetite, que desencadeia conduta de alimentação. A sensação de saciedade faz cessar os estímulos da fome e se detém o processo. As pessoas normais apresentam algumas reações adaptadas aos estímulos de fome e de sede, com respostas corretas para a saciedade.

3.    ASPECTOS PSICOSSOCIAIS
Quanto mais intensa a pressão social para a estética do corpo esbelto, mais provável se torna o aparecimento de alterações alimentares, principalmente se existir a crença de que controlar o apetite é o caminho para atrair admiração e alcançar sucesso social e nas relações amorosas.
A puberdade é um período de mudança física importante e os jovens terão que readaptar sua imagem corporal, juntamente com sua imagem global e seu papel social. Ao se defrontar com esses conflitos, a decisão de não comer pode ser a única forma de o adolescente demonstrar alguma autonomia para decidir sobre os aspectos de sua vida e de seu corpo. Neste período as mulheres jovens são as mais suscetíveis às pressões exercidas pelas expectativas sociais relacionadas aos papéis sociais femininos.
Sabemos que a formação destes hábitos está intrinsecamente ligada à cultura e aos condicionamentos alimentares construídos desde a infância, no âmbito familiar e no meio social, onde sofrem interferência direta e indireta dos meios de comunicação, que constroem necessidades específicas que beneficiam os mecanismos de mercado e de consumo, em última instância.
Além da bulimia e anorexia podemos citar à Vigorexia, (que consiste em uma obsessão para atividade física exagerada nos meninos, especialmente em academias), como uma dos principais problemas atuais no contexto.

4.    FATORES DE RISCO DA ANOREXIA E BULIMIA
- Meninas adolescentes e adultas jovens de classe média e média alta;
- Meninas que aspiram trabalhar em atividades que privilegiam e enfatizam o estado de magreza do corpo (atores, modelos, bailarinas e desportistas);
- Ex-gordas ou com excesso de peso que se tornam obsessivas por práticas frequente de dietas;
- História familiar de transtorno obsessivo-compulsivo;
- Baixa autoestima, expectativa de grandes desempenhos (feitos), perfeccionismo, insegurança no relacionamento social, dificuldade em identificar e expressar sentimentos.
            FATORES CARACTERÍSTICOS DA PERSONALIDADE
Anorexia nervosa: preocupações e cautela em excesso, medo de mudanças, hipersensibilidade e gosto pela ordem.
Bulimia nervosa: impulsividade, desorganização, preferência pelo novo, fácil desmotivação, extroversão, preocupação, comodismo.
5.    OUTROS TRANSTORNOS ALIMENTARES IMPORTANTES
1 – Síndrome de Goumert
As pessoas que sofrem dessa síndrome vivem preocupadas (mais que normal) com a preparação, compra apresentação e ingestão de pratos especiais, diferentes e/ou exóticos.
2 – Transtornos Alimentar Noturno
É grande a incidência – 1 a 3 % da população – das pessoas que se levantam a comer pela noite, ainda que continuem dormidos. No são conscientes do que fazem e não lembram nada ao despertar. Também ocorrem em alcoolistas, drogadictos e pessoas com transtornos do sono.
3 – Pica
As pessoas com este transtorno se sentem impulsionadas a ingerir substâncias não comestíveis: sabonete, argila, gesso, casquinhas de pintura, alumínio, cera, tijolo. Também é um hábito cultural de certos povos.
4 – Síndrome de Prader – Willy
A síndrome é um defeito que pode afetar as crianças independentemente do sexo, raça ou condição social, de natureza genética e que inclui baixa estatura, retardo mental ou transtorno de aprendizagem, desenvolvimento sexual incompleto, baixo tônus muscular e uma necessidade involuntária de comer constantemente levando invariavelmente a obesidade.
5 – Comedores compulsivos
Os pacientes apresentam episódios de voracidade fágica (episódios bulímicos), mas sem se utilizarem de métodos purgativos depois, como acontece com a bulimia nervosa. Não há preocupação mórbida e irracional com o peso e a forma do corpo. Para o diagnóstico do Transtorno do Comer Compulsivo sugerem-se os seguintes critérios: a) episódios repetidos de ataques de comer; b) durante os episódios, três dos indicativos abaixo devem estar presentes: - comer muito mais rápido que o normal; - comer até se sentir desconfortavelmente empanturrado; - comer grandes quantidades de comida mesmo sem fome; - comer sozinho, com vergonha da quantidade; - sentir-se culpado ou deprimido depois do episódio.



6.    Conclusão
Como observamos, os tratamentos se articulam com a conjuntura de escassez e abundância alimentar, com a difusão de um ideal de beleza e de corpo saudável, inatingíveis pela maioria das pessoas. Os especialistas relatam que o tratamento da anorexia pode ser frustrante para a equipe de saúde, para os familiares e para o próprio sujeito, pois a recuperação é em geral prolongada e difícil. Tem sido preconizado o uso de antidepressivos e terapia cognitivos comportamentais e observam-se, na anorexia recidiva em torno de 25%. Em relação à bulimia chega-se a uma remissão total dos sintomas em 50% dos casos, após períodos de seis meses a cinco anos.












Referências Bibliográficas
Revista de Psicologia da UnC, vol.1, n.2, p.59-68
Texto de Gisela Cardoso Zilotto (UNINOVE)

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